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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Maria


Escrevo-te, Maria,
Pela dor de te escrever
Escrevo esta dor
Com saudade esferográfica azul
Ah, Maria, quando te vi passar
Pelas ruas do Recife
Fiquei a imaginar teu caminho,
Teu roteiro. Desejar teu carinho
teu cheirinho caminheiro
Maria, essa flor que te trago
Não perfuma nem tem pétalas
Mas traz a dor
De ter sido arrancada
do meu jardim
Trago-te esta flor, Maria, sem pétala nem cheiro
Porque tudo nesta vida,
Que te é distante e alheio
Fica meio
Sem graça e sentido
De sê-lo.
Até o amor, Maria, não tem muita razão de ser
E sem amor, Maria,
A dor dói só por doer.

Dodô Cavalcante

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