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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Dúvidas

Mais uma contribuição da minha querida Rita Lessa. Sempre grato e mais admirador ainda dela.
 
 
Ele é como o vento leva tudo e vai embora. Leva até os pensamentos dela, suas canções, crônicas, poesia, propaga sua melodia, revela a sua folia, aflora a sua libido, arranca seu vestido faz com que se sinta inteligente, interessante irresistível, provoca uma tempestade de sentidos, revela prazeres antes desconhecidos por ela. 
Ele é o moço do se,do não, do talvez, do quando em vez, do vez em quando. Aquele que traz inquietude, instabilidade, dúvida, o sabor da incerteza, ou apenas uma mera ilusão para o viver dela. 

Ela deseja que haja o encontro entre exclamações e interrogações, para que eles finalmente se reencontrem.

Rita Lessa

sábado, 1 de dezembro de 2012

Expansão



Ando por mim Descalço e
Muddy Waters no silêncio
Um fio de fumaça
Serpenteia
pena
alento
poema
em dó
maior que o amor
é meu peito
são, as estradas que me cortam
metade dos meus passos

Dodô Cavalcante

Coração de aluguel



Coração usado
Desbotado
Mas em ótimo estado
Aluga-se

Dodô Cavalcante

domingo, 11 de novembro de 2012



Não tenho um plano para nós dois
Não há senões, nem há canções
Sanções ou sons, paixões
também não tenho

Não fiz milagres, não trouxe a luz
não há verdade ou vaidade
não quero prego, espinho, cruz
também não quero

Eu quero o mar, sol e sal
Eu vejo almas a sós e nós
não vejo mais, nem ouço voz
não quero mal

Me deixe só, me deixe dor
Me deixe, dor
Mas deixe amor
Me deixe amor que só eu vou

Dodô Cavalcante

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Entre reflexos

Se eu fosse um espelho
refletiria Deus
suas fraquezas e vícios
mas sou poeta
reflito mesmo
o Diabo
em sua Beleza  e Perfeição

Dodô Cavalcante

domingo, 2 de setembro de 2012

Saudade


Saudade é a sensação de eternidade
quando a folha leva três segundos até o chão
É o mar invadindo a cidade
procurando o Sertão
lembrança amarelada
andar de costas
olhar a porta
alto mar e arrastão
consultar as horas
esperando ninguém
a música no repeat o dia inteiro
não saber se é dos olhos
ou do chuveiro
se é cinzeiro ou é tinteiro
se é rima ou desespero

Dodô Cavalcante

terça-feira, 14 de agosto de 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Advinhações


Estou na trincheira do verso
Sou o grito
encerrado de um condenado
sou surdo feito deus
e mudo como um amante
sorridente igual o diabo

Dodô Cavalcante

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Noite na Mata Norte


anoitece e

um trem          inh       ão

se                                                                   vai e

volta

moderna idade descontínua

e a modernidade continua

a todo vapor

na Mata

fuligem de cana

açúcar cachaça

combustível

açoite

a foice

a flor se faz

e espana ainda mais                                       pra longe

pra                                                                  bem                                        longe

qualquer alusão ao progresso

prostitutas amor que resta

sobras

se não for resto

ilusão

morte

se não for logo
é em vão

Dodô Cavalcante

quarta-feira, 20 de junho de 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Crença


Não acredito na paz

Que eu possa comprar



Nem mesmo no amor

Que não faça chorar



Não acredito nas rimas

De versos sem dor



Não encontro saída

Em Nosso Senhor



Não, eu não creio em jornais

Eu não ligo a TV



Não conheço do medo

O motivo de ser



Acredito em você

Acredito em nós dois



Que o amor é bem mais

E um samba em nós

Faz o mundo em paz

Dodô Cavalcante