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sábado, 30 de agosto de 2014

Entre Manés e Marinas - dribles da elite garrincha

Marina é um drible bem dado da direita na parcela da sociedade brasileira que não quer mais o PSDB/DEM no Governo. É um drible estilo Garrincha. Aquela inesquecível imagem do anjo das pernas tortas em que finge que vai para um lado, mas vai para o outro ilustra muito bem o movimento da direita brasileira.

Uma direita travestida de nova, de outra via, de outra coisa. De qualquer coisa que seja. Uma direita de aparência amorfa, mas que sabe muito bem o que quer. O que sempre quis. Mas de maquiagem. A nova política é a nova cara da direita. Maquiada. Com pinta de moderna, mas com métodos extremamente antigos. Para Marina, tanto faz explicar programa de governo, governabilidade ou qualquer coisa parecida. Já se sabe como. A direita não mudou. Marina que mudou. Mudou de lado. Aceitou ser a hospedeira do parasita neo-liberal, neo-tucano, neo-colonialista, neo-sem-vergonha-de-ser-oportunista.

Diferentemente do que se pensa, Marina sabe muito bem o que quer. A antiga elite (a que realmente é elite) comprou o desejo de Marina. Marina mudou de lado, mas não mudou de jeito. É extremamente ela. Extremamente autoritária. Repito o que sempre digo: precisou fundar um partido só dela pra poder fazer do jeito que bem quiser. Marina pode até não saber o que quer ao certo, mas sabe muito bem o que não quer: maiores esclarecimentos. Marina quer ser presidente. E apenas isto.

Mané Garrincha, malandro dos gramados, se destacou pela imprevisibilidade de suas jogadas. Seus adversários, atônitos e apreensivos, buscavam, em vão, interromper o sucesso de suas inesperadas aventuras. Mané sabia muito bem o que queria: driblar. Mas sabia que uma sucessão de dribles poderia levá-lo ao gol. A direita sabe aonde quer chegar com seu drible. Mas comemorará sozinha caso consiga fazer o gol.


Marina é apenas o drible.

Dodô Cavalcante

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

#EuAcredito

O amor é vertical e mira o infinito. É de muito tempo, mas não o pertence - é eterno. Há séculos, milênios de sofrimento e desventuras da passagem humana pela terra, o amor sobrevive e reorganiza as vidas. O amor nutre esperança de um dia casar com a felicidade. O amor sobreviveu à fome, pestes, cruzadas, guerras tribais, ao processo civilizatório e ao enclausuramento monogâmico, ao Império e à queda de Roma, às Invasões Bárbaras, guerras mundiais e holocausto, Revoluções e atentados, moda, política, poesia, cinema, novelas, ao Orkut, selfies, fofocas... O amor é o único sobrevivente que não cobra anistia. Verdadeiro diplomata, cidadão do mundo. De vários mundos. Poliglota. Antenado. Soube que Deus o adicionou no Face e até começaram um relacionamento sério. Mas ele é inteirinho nosso.

Dodô Cavalcante

domingo, 3 de agosto de 2014

Poeta-Bomba

  • Confesso que durante anos também fui terrorista. Atentava contra a poesia através de uns versos-bombas
  • Por pura falta de talento e de ar
Hoje, observando suas cinza misturadas às das pontas dos lápis utilizados em sua destruição, confundem-me a coexistência do remorso e da vontade quase
incontrolável de continuar.

Dodô Cavalcante