Olhava pela janela aberta do quarto
a rua
deserta
e só.
Quem a pintaria numa tela?
O vento cochichava segredos
os olhos
semi-serraram
serravam
os lábios presos
os dedos apertavam
os trilhos da janela
joelhos enfraquecidos
raspavam levemente a parede
e de súbito
respirava
fundo.
O que lhe trazia o vento?
Dodô Cavalcante