Pesquisar este blog

domingo, 1 de abril de 2012

Camarada poeta


Para Vladimir Maiakoviski
Há um corpo
sem vida
com aspecto
lívido
em meu quarto
é um corpo
de um poeta
que morrera
sem poder
mais cantar

haveria mais
pranto
poeta
e vens agora
me dizer
vieste do
futuro poeta
ou foste tu
futurista
ao morrer


em uma bala
cabe a dor
de mil versos
ouço-te
falar
quantas ba-
las perdidas
camara-
da poeta
doeram em vão

pela cabeça
escorre
não o sangue
mas o ideal
de felicidade
é vermelha
diz ele
feliz na des-
coberta
de felicidade

orienta-me
camarada
poeta à luz
da nova revolução
da poesia
ou é esta a
tua agonia
 –  o outro
não significa
ser novo

é nada o
que me diz
teu corpanzil
estirado
em meu quarto
camarada
poeta, admito
ter medo de            
compreender a
mensagem que
o que nos
mata não
é nada além
da já conhecida
obviedade

Dodô Cavalcante

2 comentários: